Para Roseane e Flavio

O dia amanheceu frio – para os padrões de quem mora – em Brasília e demorei a sair para minha incursão ao parque  Olhos d’Água.

Um pedacinho do cerrado está preservado no parque. Pequeno, mas no tamanho e na qualidade suficientes para me trazer o cheiro que sinto quando estou na chapada dos Veadeiros.

Lembrei o que o Nelson – colega de trabalho, que também faz aniversário no meu 10 de junho – disse sobre não repetir sempre o mesmo caminho, “para não cansar o cérebro”, e cruzei a quadra por entre os blocos, em vez de ir logo direto à entrada do parque.

Então me dei conta de que fazia muito tempo que não passava por ali. A pracinha em frente ao bloco J está linda, cheia de brinquedos coloridos.

E aí me lembrei que fui praticamente um morador do bloco J da 215 Norte. Tantas vezes muito bem recebido lá pelo Jonas, pelo Flavio, pela Roseane e pelo Léo, foi dali que aprendi a descobrir e a gostar de Brasília.

O Jonas continua na ponta da Asa, na 416 Norte. O Flavio e a Rô estão no hemisfério norte, em Heidelberg, Alemanha, desde 2007. E o Léo, não sei bem, mas deve estar alguma praia paradisíaca – de repente em Fernando de Noronha ou em Santa Catarina ou no interior do Rio – ensinando turistas a mergulhar.

O Flavio é uma das pessoas mais admiráveis e cativantes que conheço. Por muitos motivos. E a Rô é a leveza na forma de gente. Praticamente um anjo, com o diferencial de ter bom humor e alto astral permanentes.

Juntos, estão agora travando uma dura batalha, provavelmente mais dura do que todas as anteriores que tiveram até hoje.

Vencerão. E, quiçá em breve, estarão novamente alegrando a ponta da Asa com a sua presença, andando de mãos dadas por entre os gramados desse cantinho verde que é o mais gostoso de Brasília.