Publicado por: Rogério Tomaz Jr. | 10/12/2014

Jornal Nacional censura agressão de Bolsonaro a deputada

Que Jair Bolsonaro tem seus defensores e fãs, ninguém questiona. Basta que a população tenha 10% de fanáticos fundamentalistas para que seres como ele, Marco Feliciano et caterva sigam exercendo mandatos parlamentares.

Jair Bolsonaro é ignorado pelo público durante sessão solene sobre os 50 anos do Golpe de 1964 (Foto: Antonio Augusto/Ag.Câmara)

Em abril passado, Jair Bolsonaro foi ignorado pelo público durante sessão solene sobre os 50 anos do Golpe de 1964 (Foto: Antonio Augusto/Ag.Câmara)

Daí a ser protegido pelo jornalismo da maior emissora do País são outros mil e quinhentos motivos para criticar a Rede Globo.

Nesta terça-feira (9), véspera do Dia Mundial dos Direitos Humanos, o fascista com broche de deputado voltou a soltar sua língua para destilar o ódio medieval. Afirmou, em plena tribuna da Câmara, que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) – que acabara de fazer um pronunciamento – porque ela “não merece”. Quem quiser conferir, o vídeo com a agressão está aqui:

O fato gerou revolta e protestos que dominaram o debate na Internet durante o resto do dia. A repercussão na imprensa foi proporcional à gravidade da ofensa, que não é inédita na carreira de Bolsonaro.

O mais surpreendente, entretanto, é o fato de o principal telejornal da Rede Globo, que alcança* em média 70 milhões de pessoas por noite, ter simplesmente IGNORADO o episódio, decisão editorial que equivale a um ato de CENSURA, sobretudo quando se olha a grade do JN desta noite: uma reportagem sobre o número crescente de viúvos e divorciados, por exemplo, ocupou TRÊS MINUTOS e cinco segundos do programa, mais de 10% do seu total.

Já o novo ataque de Bolsonaro não mereceu sequer uma nota dos apresentadores… merece ser ignorado pelos milhões de telespectadores do telejornal.

É com esse jornalismo que a Globo diz defender “intransigentemente o respeito a valores sem os quais uma sociedade não pode se desenvolver plenamente: a democracia, as liberdades individuais, a livre iniciativa, os direitos humanos (…)”, conforme prega o seu documento “Princípios Editoriais”.

PS: Nesta quarta-feira (1o), é grande a chance de o deputado André Vargas (sem partido/PR, ex-PT) ter o seu processo de cassação votado pelo plenário da Câmara. Veja quanto tempo este tema vai ganhar no Jornal Nacional….


Respostas

  1. Não me indigno com mais nada que venha dos fascistas. Esse tipo de atitude é a cara deles. Uma coisa o povo tem que aprender: não se faz uma omelete sem quebrar os ovos. Não esperemos que a corja de 5ªs colunas entreguem o ouro facilmente porque eles sempre se adonaram, roubaram, mataram, estupraram e fizeram pouco caso do povo. É compreensível que exerçam o seu jus sperneandii querendo manter seu status quo. Mas deve ser muito mais compreensível aos cidadãos comuns que letargia e covardia não levam ninguém a lugar algum. Sem sair às ruas e enfrentá-los – se preciso for na porrada – eles não deixarão de fazer o que sempre fizeram.

  2. Revoltante é pouco! Se os atos de atrocidade na ditadura fossem investigados e seus culpados julgados e devidamente punidos, esse ogro não teria a petulância de subir ao palanque do Congresso, uma casa do povo, pra homenagear um golpe militar.
    Quero ver se isso ocorre no Chile ou Argentina, que investigaram e puniram muitos dos abusos de suas ditaduras.


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